sexta-feira, novembro 14, 2008

Mais do mesmo



Achas que está um belo dia para passear? Vais abrir um livro e lê-lo até ao fim? Ofereceram-te um bilhete e vais ao teatro? O QUÊ?! O que raio se passa contigo? Sai da rotina! Senta-te no sofá e vê televisão!
Apetece-te escrever um romance? Tens vontade de pegar nos pincéis e criar uma obra de arte? Achas que uma ida ao museu de qualquer coisa pode ser divertida? HÃ?! Mas, afinal o que é que tu tens dentro da cabeça? Um cérebro? Atina!
Pensas demasiado nos problemazitos do dia-a-dia? Aniquilas milhões e milhões de neurónios em questões existenciais? Tencionas emitir opinião acerca das idiotices cometidas pelos parasitas amorfos que exclamam: “Por um Portugal melhor!”? STOP! Queres ter um derrame cerebral? Aguenta os cavalos!
Agora temos a solução! Sim! Para todos esses aborrecidos impulsos do dia-a-dia, temos um fantástico paliativo que actua como anestesia para todos esses incómodos! E, mais fantástico ainda, esse maravilhoso analgésico está disponível em quatro (SIM, QUATRO!) extraordinárias versões! (Obs. é favor ler as indicações antes de consumir; os efeitos variam consoante a versão do paliativo; três são de marca registada e uma é um subproduto genérico). Para maiores esclarecimentos, experimenta todas, e depois decide qual delas te insensibiliza com maior eficácia.

2 comentários:

Thunderlady disse...

Posto desta maneira já não vou sair, vou ficar sentada a ver TV toda a noite!!

(Oba oba)

lima ou limão disse...

Isso remete-nos para outro dos maravilhosos efeitos dos paliativos televisivos: nestes tempos de crise (que dizem que existe), as televisões do nosso país de primeiro mundo (realço o sarcasmo) são a alternativa... para quem anda com os bolsos leves. (eu até ia escrever "alternativa viável", mas não quis abusar do sarcasmo). Assim, por exemplo, quem quiser sair num sábado à noite mas estiver nas lonas e não tiver à mão de semear algum guito para gastar em alguma bebida/bodega, que se vai tão depressa que nos faz pensar que, se há algo mais rápido do que a luz, esse tal algo é o dinheiro, tem sempre à disposição uma extensa variedade de programas televisivos (nada repetitivos...hah!) que preenchem perfeitamente essa lacuna. (isto é, se a tal lacuna consistir basicamente numa vida de excremento).