Ah! E quando eu chegar aos cem anos quero que me conheçam por esse grande prodígio de realmente não possuir nada de extraordinário para além da própria idade. Pff! E até isso não é assim tão extraordinário, se considerarmos os fósseis pré-históricos (que têm milhões de anos). E os bichos apenas tiveram de preencher o requisito de, em algum momento do tempo, terem existido. Bah!
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Aviso cívico
Ah! E quando eu chegar aos cem anos quero que me conheçam por esse grande prodígio de realmente não possuir nada de extraordinário para além da própria idade. Pff! E até isso não é assim tão extraordinário, se considerarmos os fósseis pré-históricos (que têm milhões de anos). E os bichos apenas tiveram de preencher o requisito de, em algum momento do tempo, terem existido. Bah!
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Beija-me! Vá lá!
O sapo alapado em cima do cogumelo pediu à princesa que o beijasse.
“Vá lá! Vá lá!”
A princesa (não muito esperta, diga-se de passagem) foi na cantiga do batráquio reguila.
“Vem cá! Vem cá!”
O sapo esbugalhou os olhos e encheu o papo de ar.
“Agacha-te tu, que vais ganhar um príncipe!”
A princesa (burrinha, relembre-se) inclinou-se e fez biquinho.
“Toma lá, meu lindo sapinho!”
O sapo fez poing com as pernas e pisgou-se com o beijo para longe.
“Mais um que já cá canta!”
A princesa (claramente idiota) ficou a olhar para o cogumelo.
“Oh! Isso não vale! Batota!”
O sapo pulou no charco, a gabar-se do que aconteceu.
“Não há beijoqueiro como eu!”
A princesa (parva quanto baste) não sabia que os sapos não são príncipes.
“Em outra não volto a cair, não senhora!”
O sapo, cheio de vaidade, que afinal era maldade, continuou a espalhar a sua fama.
“Há cada princesa cegueta! Caem todas na mesma treta!”
A princesa (ui! burrinha, burrinha!) viu um príncipe todo jeitoso.
“Oh! Este sim! Não é um sapo horroroso!”
O sapo, já alapado num cogumelo ali perto, apreciou aquele encontro.
“Princesas! Não aprendem, e pronto!”
A princesa (pronto, tolinha) era mesmo muito burrinha.
“Este, vou agarrá-lo antes de beijá-lo!”
O sapo quase rebentou de tanto rir.
“Um sapo não deixa de ser sapo, mesmo depois de se vestir.”
A princesa (que já cansa com tanta palermice) não ligou para o que sapo disse.
“Oh! afinal, debaixo de tanto trapo, não passava de mais um sapo!”